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Seminário Regional de Espécies Exóticas Invasoras propõe troca de experiências entre estados da região sul do país

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Seminário exóticas invasoras.
Evento promoveu a integração entre especialistas, autoridades, estudantes e pesquisadores do RS, SC e PR.

Um dos principais problemas de conservação ambiental no mundo, as espécies exóticas invasoras, foi o foco das discussões do primeiro seminário realizado no sul do país sobre o assunto. O Seminário Regional de Espécies Exóticas Invasoras aconteceu na terça-feira (03/12) na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre, e promoveu a integração entre especialistas, autoridades, estudantes e pesquisadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Os três estados são pioneiros no Brasil no desenvolvimento de ações para controle e erradicação de espécies exóticas invasoras.

De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica, espécie exótica invasora é aquela que, introduzida fora da sua área de distribuição natural, representa ameaças aos ecossistemas, habitats ou espécies. Os riscos existem por seu potencial invasor e capacidade de exterminar espécies nativas, destruindo as características peculiares da biodiversidade local. 

No RS, umas das espécies exóticas invasoras que mais causam estragos à fauna e à flora é o Javali. Sua expansão territorial e demográfica implica em impactos econômicos, sociais e ambientais. Como medida de controle e monitoramento da espécie, foi criado o Plano Estadual de Prevenção, Controle e Monitoramento do Javali (Plano Javali/RS), coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). 

Javali.
Javali, espécie exótica invasora que mais causa estragos à fauna e à flora do RS. Foto: Rodrigo Blumberg Azambuja.

Através da troca de experiência, o seminário buscou ampliar o conhecimento e mostrar a relevância do tema. O evento também serviu para tornar conhecidas as ações já desenvolvidas no que se refere à detecção, controle e monitoramento das espécies exóticas e os desafios no enfrentamento do problema.

“O tema é reconhecido como um dos maiores desafios para conservação da biodiversidade no planeta. Para enfrentar esse problema, é preciso evitar restringir o nosso olhar para as ações locais pontuais e expandir essa atuação em termos regionais”, explica o analista ambiental Dennis Patrocínio, coordenador do Programa Estadual de Espécies Exóticas Invasoras (Invasoras RS).

Promovido pela Sema, o seminário foi uma das ações do Invasoras RS e contou com a coorganização do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Durante a abertura, o secretário adjunto do Meio Ambiente e Infraestrutura RS, Paulo Roberto Dias Pereira, explicou que "o enfrentamento a esse problema só foi possível por meio de um planejamento que se deu em conjunto com a sociedade civil, setor produtivo, setores público e privado, determinando suas respectivas responsabilidades”.

Invasoras RS.
Objetivos e ações do Programa Estadual de Controle de Espécies Exóticas Invasoras foram apresentados durante o seminário.

Para a engenheira florestal e membro do Grupo Especialista em Espécies Invasoras (ISSG), Silvia Ziller, “o seminário vai servir como referência para que mais estados do Brasil e países vizinhos possam conhecer modelos e seguir ações concretas que já estão sendo realizadas”. Segundo ela, a expectativa é de que mais pessoas possam perceber a relevância de se trabalhar esse tema na prática, nas questões aplicadas ao controle e erradicação de espécies exóticas invasoras. 

A engenheira agrônoma do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), Elaine Zuchiwschi, reforçou a relevância dessas discussões ao dizer que “o seminário é importante por ser o primeiro evento que une os programas existentes sobre espécies exóticas invasoras dos estados do sul do país, uma iniciativa inovadora e que promove a integração dos responsáveis pelas ações desenvolvidas”. 

Na opinião do secretário-executivo do Conselho Estadual do Meio Ambiente do Paraná, João Batista Campos, “a região sul enfrenta problemas seríssimos de invasão, por isso é importante que, além da troca de experiência, o processo de elaboração de estratégias para enfrentar o problema é o diferencial desse seminário”, relatou.

Também participaram como painelistas ou mediadores o coordenador-geral de Gestão da Biodiversidade, Florestas e Recuperação Ambiental  do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Dutra da Silva; o diretor do Departamento de Biodiversidade da Sema, Diego Pereira; o biólogo da Fundação de Proteção Ambiental (Fepam), Luís Fernando Perelló; a bióloga do IMA, Luthiana Carbonell dos Santos; a engenheira florestal do IAP, Junia Heloisa Woehl; a pesquisadora do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural RS (SEAPDR), Fabiana Quoos Mayer; o integrante do Ministério de Habitação, Planejamento Territorial e Meio Ambiente do Uruguai, Marcelo Iturburu; Camila Both, Isadora Bisognin Cervo e Pedro Augusto Thomas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs); e Jaqueline Beatriz Dreyer, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Como fechamento do seminário, ocorre nesta quarta-feira (04/12) uma reunião entre os especialistas e pesquisadores dos três estados, para definição de iniciativas conjuntas de controle de espécies exóticas.

Texto: Xaene Pereira
Edição: Vanessa Trindade

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