RS e SC preparam plano de ação territorial para espécies criticamente ameaçadas de extinção
Publicação:
Analistas ambientais e pesquisadores do Departamento de Biodiversidade da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) participaram da primeira oficina para elaboração do Plano de Ação Territorial para Espécies Ameaçadas de Extinção do Planalto Sul do Projeto Pró-Espécies. O evento aconteceu entre os dias 11 e 14/6 no campus de Lages da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
A oficina contribuiu para o planejamento de ações para a conservação de espécies ameaçadas de extinção nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que ficará sob a coordenação da Sema e do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC) e terá duração de cinco anos.
A metodologia implementada para a elaboração do plano de ação Planalto Sul é uma inovação do Projeto Pró-Espécies, com foco na fauna e flora, considerando o habitat das espécies em uma abordagem territorial, sem limitar os esforços dos estados. O projeto Pró-Espécies estabeleceu 12 territórios de proteção de espécies consideradas Criticamente em Perigo que não contam com uma estratégia de conservação.
A maioria das espécies pertencem à flora (17), tendo como exemplos a Codonorchis canisioi, Eryngium ramboanum e Petunia reitzii e a fauna que está representada por cinco espécies ameaçadas: Aegla brevipalma, Cycloramphus valae, Phyllocaulis renschi, Pulsatrix perspicillata pulsatrix e Trichomyclerus tropeiro.
Ao todo são 22 espécies ameaçadas de extinção. A maioria está registrada no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (2018), do ICMBio e no Livro Vermelho da Flora do Brasil (2013) do JBRJ. Sete espécies estão categorizadas como espécies criticamente ameaçadas apenas nas Listas Estaduais de Espécies Ameaçadas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Conforme Leonardo Urruth, coordenador executivo do PAN Planalto Sul e analista ambiental da Sema “as espécies do PAN Planalto Sul possuem características em comum o fato de estarem criticamente ameaçadas de extinção, de existir pouca informação científica sobre a maioria delas e de ocorrerem em ambientes muito específicos ou com distribuição muito restrita no território. Portanto, são espécies que dependem fortemente da proteção dos ecossistemas onde ocorrem para sua conservação”.
Elaboração do PAN Planalto Sul
Durante a oficina, os participantes elaboraram o objetivo geral do plano para os próximos cinco anos: “Conservação da Biodiversidade do Território Planalto Sul, considerando aspectos biológicos, sociais, culturais e econômicos, com ênfase nas espécies focais”. Definiram ainda os seis objetivos específicos relacionados às principais ameaças identificadas.
Para cada objetivo foi construído um conjunto de ações que devem ser implementadas nos próximos cinco anos, cada uma com seu respectivo articulador, colaboradores, prazos, produtos, assim como outras informações importantes para o planejamento e acompanhamento do plano.
Ao final da oficina foi constituído o Grupo de Assessoramento Técnico (GAT) do plano de ação, que conta com representantes dos diferentes setores participantes da oficina que acompanharão o plano durante o seu ciclo de implementação.
“A aproximação entre pesquisadores, gestores de áreas protegidas, instituições públicas, representações de produtores e ONGs, promovida pelo PAN Planalto Sul como um ato de grande importância para aumentarmos a eficácia e a efetividade na conservação e uso sustentável da biodiversidade” constatou Eridiane Lopes da Silva, analista ambiental do ICMBio e responsável pela Pesquisa e Monitoramento nos Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral no Rio Grande do Sul.
Após a elaboração do Plano de Ação Territorial do Planalto Sul será criado o sumário executivo como meio de divulgação e por último a publicação do plano oficial pelos estados responsáveis pela coordenação e implementação no território. Dentro das potencialidades do plano procura-se reduzir o risco de extinção das espécies que não se encontram em planos de ação ou em Unidades de Conservação (UCs) através das ações estabelecidas na oficina.
Também participaram da oficina, representantes de órgãos ambientais municipais, pesquisadores acadêmicos, ONG´s, polícia militar ambiental, representantes do setor produtivo, sociedade civil organizada, Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e WWF-Brasil.