Governo firma parceria com Infravix Engenharia para impulsionar a produção de hidrogênio verde
Publicação:

O Governo do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), assinou, nesta sexta-feira (28), um Memorando de Entendimento (MoU) com a Infravix Engenharia durante o Congresso Internacional de Bioenergia+, realizado no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre. O objetivo da parceria é impulsionar a produção de hidrogênio verde (H2V) e seus derivados, com foco na geração de energia renovável e no fortalecimento da matriz energética do estado.
A Infravix Engenharia, especializada em projetos de energia renovável, apresentou um projeto de desenvolvimento de uma fábrica de Fertilizante Verde no Estaleiro de Rio Grande, baseada na produção de hidrogênio, amônia e ureia verdes usando equipamentos que utilizam eletricidade para separar a água em seus componentes, com a ajuda de uma solução alcalina.
A empresa será parceira estratégica no desenvolvimento de projetos de energia, visando a criação de condições para o aproveitamento de fontes renováveis na produção de hidrogênio e contribuindo para a descarbonização de setores como transporte e biodiesel. A parceria está alinhada com a meta do Estado de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
A secretária da Sema, Marjorie Kauffmann, ressaltou a importância dos incentivos à produção de H2V, inseridos nas estratégias para o enfrentamento das mudanças climáticas por meio do ProClima2050. Ela destacou que essa questão é tratada de forma integrada por diversas áreas do governo, como a Casa Civil e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec). Marjorie enfatizou que o fortalecimento da cadeia de valor do H2V é essencial para a transição energética e a descarbonização de setores chave do Estado, como a agricultura, em que o uso de hidrogênio na produção de amônia pode reduzir a pegada de carbono, agregar valor aos produtos e abrir novos mercados.
O novo acordo representa um avanço na transição energética, que já conta com 17 parcerias semelhantes. A estratégia do Estado, por meio da Invest RS, visa conectar diversos atores, funcionando como uma porta de entrada para empreendedores e promovendo discussões frequentes para identificar fragilidades e avançar na implementação de projetos.
"A participação da Invest RS no evento fortalece a articulação com o setor de biotecnologia, destacando o potencial do RS e confirmando o Estado como destino estratégico para novos investimentos", disse a gerente de Negócios de Energia e Infraestrutura da Invest RS, Lucila Pellegrini.
Dentro da programação do Congresso, a secretária Marjorie Kauffmann palestrou sobre as Políticas Públicas para catalisar o Hidrogênio Verde e as estratégias do Estado para a implementação das cadeias produtivas de H2V, que começaram em 2019 com estudos de prospecção realizados pela McKinsey & Co e culminaram no lançamento da Política de Hidrogênio Verde em agosto de 2023.

O secretário da Sedec, Ernani Polo, apresentou o Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável, destacando os recursos naturais como uma de suas prioridades estratégicas. “O Estado tem a sustentabilidade como pilar, o que se reflete nos investimentos que atraímos, impulsionando projetos em energias renováveis”, afirmou.
Especialistas debatem o papel do Hidrogênio Verde e da Bioenergia na Transição Energética
Além da palestra da secretária, a sexta-feira foi marcada por outras apresentações coordenadas pela Sema no Congresso Internacional de Bioenergia+. Especialistas abordaram temas relevantes para a transição energética e o fortalecimento da matriz energética do Estado. Entre as apresentações, destaca-se a palestra O Papel do Hidrogênio Verde na Transição Energética, apresentada pelo Diretor da McKinsey & Co, Sérgio Canova.
O evento ainda tratou de bioenergia, com painéis sobre biotecnologia, captura de carbono e rotas tecnológicas para biocombustíveis, além de políticas estaduais para biogás e biometano. A integração de cadeias produtivas foi apontada como estratégia-chave para o futuro das biorrefinarias, reforçando a agenda climática e as oportunidades de mercado para 2025 no Estado.