Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria do

Meio Ambiente e Infraestrutura

Início do conteúdo

Pesquisa comprova sustentabilidade da samambaia-preta

Publicação:

A samambaia-preta, largamente utilizada por floriculturas na confecção de arranjos, está com seu extrativismo tecnicamente analisado. Um estudo científico sobre a avaliação etnobiológica e ecológica da samambaia-preta mostra a sustentabilidade da espécie. A pesquisa foi desenvolvida durante um ano e meio no Vale do Maquiné, região Litoral Norte do RS, através de convênio entre a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), a organização não-governamental Ação Nascente Maquiné (ANAMA) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A pesquisa mostra que é viável o manejo tradicional realizado pelos agricultores da região, com o corte da espécie de duas a três vezes ao ano sobre a mesma área. Segundo os coletores, a samambaia, embora ocorra durante todo o ano, apresenta-se abundante nos meses de novembro a fevereiro e em setembro/outubro há intensa brotação - período em que eles diminuem a coleta para não prejudicar a regeneração da planta.

A samambaia-preta tem uma distribuição geográfica ampla no Rio Grande do Sul e exibe grande plasticidade ecológica. Suas folhas são retiradas direto do meio natural e comercializadas para utilização em arranjos de flores. No Litoral Norte do Estado a extração da espécie é uma prática comum entre boa parte de moradores da zona rural de alguns municípios da região. No entanto, o Código Florestal Estadual de 1992 proíbe a coleta de plantas ornamentais em mata nativa, além de restringir o comércio de produtos florestais na área de Mata Atlântica. Também gera preocupação para aqueles agricultores que têm na atividade o principal meio de sobrevivência.

A pesquisa servirá de base para articulação que altere a legislação estadual. Conforme a chefe da Divisão de Licenciamento Florestal do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas da Sema, Fátima Miranda, a Secretaria já havia encaminhado proposta à Assembléia Legislativa, que originou o Projeto de Lei 225/02 buscando essa alteração e que ainda não foi votado. Com o estudo científico concluído, deverá ser feita nova mobilização, buscando adequar a legislação.

Além do estudo científico, o projeto que envolveu pesquisadores e estudantes, incentivou a utilização da palha da bananeira pela comunidade local na confecção de utensílios, como opção de renda. A idéia é aliar o desenvolvimento econômico à sustentabilidade ambiental.
Sema - Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura