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Governo gaúcho fala sobre financiamento climático e apresenta projetos de mitigação durante a Conferência de Bonn

Agricultura, um dos pilares da economia gaúcha, tem sido severamente afetada pelas mudanças do clima

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Entre os projetos vinculados ao Plano Rio Grande está o ProClima 2050, que traça a estratégia climática de mitigação e adaptação - Foto: Vanessa Trindade / Ascom Sema

Entre as agendas da Conferência de Bonn, na Alemanha, nesta terça-feira (17/6), o governo do Estado esteve presente em uma plenária que tratou sobre a adaptação climática nos governo subnacionais, com foco no financiamento climático. O encontro foi coordenado pelo secretário da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), Daniele Violetti.

A secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, relembrou que, em maio de 2024, o estado enfrentou uma das maiores tragédias climáticas de sua história. As inundações atingiram 95% do território, resultando em mais de 170 mortes, no fechamento do principal aeroporto por mais de quatro meses, em 403 estradas bloqueadas e em prejuízos massivos para os setores da agricultura, indústria e serviços.

“Diante desse cenário, o governo estadual estruturou o Plano Rio Grande, uma estratégia robusta de reconstrução e adaptação climática. Mais do que uma resposta emergencial, trata-se de uma política de longo prazo, construída com base na escuta ativa da sociedade civil, da academia, dos poderes públicos e do setor privado. O plano estabelece 15 linhas de ação integradas, que dialogam com o desenvolvimento econômico, a justiça climática e a redução de vulnerabilidades”, afirmou Marjorie.

Entre os projetos vinculados ao Plano Rio Grande está o ProClima 2050, que traça a estratégia climática de mitigação e adaptação. Uma das ações estruturantes é o desenvolvimento do Roadmap Climático, sistema que mapeia as ações climáticas nas municipalidades. Os dados parciais do diagnóstico revelam que 96% dos municípios do estado sofreram impactos com eventos extremos nos últimos três anos (decretando calamidade ou emergência). No entanto, apenas quatro municípios reportaram, até o momento, que possuem planos municipais de adaptação em andamento.

Além disso, a agricultura — um dos pilares da economia gaúcha — tem sido severamente afetada. Nos últimos 20 anos, o estado sofreu com eventos recorrentes de secas extremas, seguidas por inundações devastadoras, o que gerou perdas que superam R$ 25 bilhões em produtividade e comprometeu a capacidade de produtores rurais honrarem financiamentos e darem continuidade a suas atividades.

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encontro foi coordenado pelo secretário da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. - Foto: Vanessa Trindade / Ascom Sema

“Esses dados confirmam que o Rio Grande do Sul está no epicentro da crise climática no Brasil. As evidências reforçam a necessidade de uma transição sustentável que una reconstrução, adaptação e desenvolvimento. Por isso, o estado vem liderando uma abordagem integrada que serve como modelo para outras regiões — com protagonismo, base científica, engajamento multissetorial e cooperação internacional”, finalizou a secretária.

 

Governos subnacionais na pauta climática

Ainda durante as agendas do dia em Bonn a secretária, que também representou o Iclei – Governos Locais pela Sustentabilidade, discursou em uma reunião de alto nível com líderes mundiais. Em sua fala, a Marjorie falou sobre o importante papel dos governos subnacionais no enfrentamento às mudanças climáticas.

A secretária destacou dois projetos pilares de atuação do governo: o Plano Rio Grande de Reconstrução, criado após a enchente histórica que assolou o Estado em 2024, e o Proclima 2050.

“Nosso objetivo é de reduzir em 50% as emissões até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Isso se dá por meio de ações concretas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Em 2025 o Brasil será sede do maior evento global sobre crise climática, a COP30, e este será um momento decisivo para avançarmos na implementação do Acordo de Paris e mostrarmos, com ações tangíveis, a importância dos governos subnacionais para o cumprimento das metas climáticas nacionais”.

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a Marjorie falou sobre o importante papel dos governos subnacionais no enfrentamento às mudanças climáticas. - Foto: Vanessa Trindade / Ascom Sema

Reunião sobre a COP30 

A última agenda oficial do RS nesta quarta-feira foi uma reunião, a convite do governo brasileiro, para tratar sobre os preparativos da Conferência do Clima (COP30) que acontecerá em Belém, no Pará, no mês de novembro. O encontro foi entre o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, a secretária nacional de Mudança do Clima, Ana Toni, as equipes negociadoras do Itamarati e os representantes dos Estados presentes em Bonn.

Segundo Lago, a COP não é um evento isolado, mas um processo que iniciou no Rio de Janeiro, em 1992. O presidente acrescentou que a conferência no Brasil deverá ser lembrada como a COP não de acordos, mas da implementação das ações efetivas da mudança do clima.

 

Texto: Vanessa Trindade

Sema - Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura