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Espécie rara de beija-flor é avistada no Jardim Botânico de Porto Alegre

Em nove anos, essa foi a segunda vez que uma ave desta espécie foi registrada na Capital.

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Oferta de alimento pode ter atraído a espécie de beija-flor a Porto Alegre.
Oferta de alimento pode ter atraído a espécie de beija-flor a Porto Alegre. - Foto: Mariano Pairet

O Parque Jardim Botânico (JB) de Porto Alegre, administrado pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), recebeu uma rara visita neste mês de agosto: um beija-flor bico-reto-azul (Heliomaster furcifer). Em nove anos, essa foi a segunda vezque uma ave desta espécie foi registrada na Capital.

Para o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Luiz Henrique Viana, “o aparecimento da espécie no Jardim Botânico só reforça a importância desta área verde localizada em uma das regiões mais movimentadas da Capital. Além de promover a educação ambiental, é um local de pesquisa e preservação da nossa flora, mas que também serve de refúgio para a fauna”.

Com uma plumagem com variações de azul e verde, o bico-reto-azul, assim como outros beija-flores, se alimenta principalmente de néctar e é visto com mais frequência na região oeste do Estado e áreas próximas à Argentina. No entanto, a oferta de alimento por meio de flores cultivadas em parques, jardins e praças pode ter atraído a espécie para Porto Alegre.

O gestor do Jardim Botânico, Daniel Brambilla, comemorou a presença do pássaro no parque e destacou que o bioma Pampa exibe um imenso patrimônio associado à biodiversidade, representada no JB.  “O registro de uma espécie que não tem sua ocorrência natural nesta região, mas que busca por alimento durante sua migração, encontra aqui um lugar perfeito para fazer uma parada antes de seguir viagem. É a fauna se adaptando ao novo cenário ambiental no planeta", acrescentou.

O bico-reto-azul se alimenta de néctar e é visto com mais frequência na região oeste.
O bico-reto-azul se alimenta de néctar e é visto com mais frequência na região oeste. - Foto: Mariano Pairet

O registro é do colega da Sema Mariano Pairet, técnico agrícola do Museu de Ciências Naturais. Mariano contou que a foto foi tirada próximo ao lago e que essa não foi a primeira vez que ele registrou uma espécie rara no Jardim Botânico.

“Da outra vez eu fiz o registro inédito do beija-flor-tesoura e agora eu fico muito contente de fazer o registro de um bico-reto-azul. O colorido dele é diferente e, quando pega sol, fica reluzente. Quando a gente faz um registro assim, ficamos muito contentes”, acrescentou Mariano, que tira fotografias das espécies do parque para pesquisas.

A ocorrência do bico-reto-azul no JB ficará nos registros de avifauna - conjunto das aves de uma região ou ambiente - da coleção científica do Museu de Ciências Naturais. Além disso, fará parte do eBird, um banco de dados on-line que contém o registro de aves do mundo todo.

Exemplar deverá permanecer no parque até setembro, para a troca de plumagem.
Exemplar deverá permanecer no parque até setembro, para a troca de plumagem. - Foto: Mariano Pairet

Os próximos passos do beija-flor são desconhecidos, já que a espécie não se reproduz na região. Porém, como esse exemplar ainda é jovem, é provável que permaneça no parque até setembro, em virtude de seu processo de finalização de plumagem.

O Jardim Botânico

Com 36,17 hectares de área na zona leste da Capital, o Jardim Botânico é um espaço de conservação da biodiversidade e das coleções de acervos científicos. Classificado como Categoria A, está entre os quatro maiores jardins brasileiros, atingindo o grau de excelência em todos os critérios da Comissão Nacional de Jardins Botânicos.

Desde 1958, serve como depositário de espécies nativas do Rio Grande do Sul, representando diferentes formações florestais e ambientes.

Atualmente a equipe é composta por técnicos, biólogos, jardineiros, engenheiros, geógrafos, atendentes e vigilantes. São profissionais que cuidam das aproximadamente cinco mil plantas, entre elas, 572 Orquídeas, 730 Bromélias, 218 Cactos e 145 espécies ameaçadas de extinção. O espaço conta ainda com 27 coleções e cerca de 2.300 árvores.

Visitação

O horário de funcionamento do JB é de terça-feira a domingo, das 9h às 17h. Devido à pandemia de Covid-19, os procedimentos para receber os visitantes foram estruturados respeitando o modelo de Distanciamento Controlado do Governo do Estado.

  • Entrada limitada a 500 pessoas simultaneamente;
  • Uso de máscara obrigatório durante todo o período de visitação; 
  • Venda de mudas funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 17h;
  • Museu de Ciências Naturais e Serpentário temporariamente fechados para visitação;
  • Não há agendamento de escolas e eventos, apenas de ensaios fotográficos e piqueniques;
  • Mais informações pelo WhatsApp (51) 98427-0460 ou pelo telefone (51) 3320-2027.

Texto: Priscila Valério e Vanessa Trindade

Sema - Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura