Coleções Botânicas
COLEÇÕES
As coleções vivas de um jardim botânico consistem em conjuntos de plantas definidos por um motivo, podendo representar um grupo de espécies aparentadas, geralmente uma família botânica (coleção taxonômica), um grupo de espécies que vivem em um mesmo ambiente (coleção representativa de um ecossistema, bioma, etc), ou outra temática, que envolva alguma similaridade entre as plantas. Tais coleções contribuem para a conservação da flora nativa, através da conservação ex situ (manutenção das espécies fora de seu ambiente de origem), e também são importantes fontes para pesquisa e educação. Segundo normativas, a existência de coleções de plantas é um requisito essencial para um jardim botânico ser classificado como tal.
O Jardim Botânico de Porto Alegre possui um acervo significativo da flora regional. As coleções científicas e didáticas estão organizadas em dois grandes grupos – coleções envasadas (plantadas em vasos e abrigadas dentro de estruturas como casas de vegetação) e coleções do arboreto (plantadas no solo do parque). Todos os exemplares das coleções são patrimoniados e possuem uma identificação alfanumérica que corresponde a um único registro no banco de dados, com informações sobre a origem e identificação do exemplar. Atualmente, existem 28 coleções vivas de plantas, que incluem aproximadamente 4.500 exemplares e cerca de 150 espécies ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul.
As coleções envasadas correspondem a grupos taxonômicos e temáticos de plantas. As principais são as de Bromeliaceae, Cactaceae e Orchidaceae, com grande número de exemplares e de espécies ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul. A coleção de Bromeliaceae, por exemplo, inclui cerca de 90% das espécies de bromélias ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul (Decreto Estadual n° 52.109/2014); além disso, possui exemplares-tipo vivos (plantas utilizadas para descrever espécies).
As coleções do arboreto representam formações vegetacionais, grupos taxonômicos e temáticos. A conservação das espécies e dos ambientes do Estado é prioridade para este Jardim Botânico, tal como expresso em sua missão. Desse modo, grande parte da sua área está ocupada por espécies nativas em coleções diversas, bem como pela representação das principais formações vegetacionais do Rio Grande do Sul, denominadas coleções fitogeográficas, como por exemplo a Floresta Ombrófila Densa, conhecida também como Mata Atlântica stricto sensu. É interessante destacar que, por sua longa existência, o Jardim Botânico de Porto Alegre possui exemplares vivos em coleção com mais de 50 anos.
Por trás de cada coleção, existe uma equipe de biólogos, técnicos e jardineiros responsáveis pela coordenação e execução das atividades que possibilitam a sua existência, desde o planejamento das expedições a campo em busca das espécies de interesse até o plantio adequado dos exemplares, com supervisão e manutenção diárias, e registro completo de seus dados.
Para a coleta, armazenamento, transporte e triagem do material vegetal, é indispensável conhecimento e prática acerca das necessidades ecológicas de cada espécie (forma de coleta, área de plantio, tipo de vaso, de substrato e de suporte ideais, etc.). Após, as plantas são tombadas e inseridas no banco de dados, com a inclusão de dados de origem do exemplar, de identificação da espécie, informações ecológicas, entre outros. As atividades rotineiras de manutenção dos exemplares de coleção incluem irrigação, controle fitossanitário, nutricional e de sombreamento, podas e supressões. As revisões das coleções são feitas periodicamente e incluem atualização nomenclatural, complementação do banco de dados, inclusão de novos indivíduos coletados, avaliação do estado fitossanitário, renovação de etiquetas, vasos e placas de identificação, etc. É um trabalho detalhado e contínuo pela sobrevivência das espécies e manutenção das valiosas coleções.
Coleções do Jardim Botânico de Porto Alegre:
- Amaryllidaceae – coleção envasada, taxonômica
- Arecaceae – coleção do arboreto, taxonômica
- Asparagaceae – coleção envasada, taxonômica
- Begoniaceae – coleção envasada, taxonômica
- Bignoniaceae – coleção do arboreto, taxonômica
- Bromeliaceae – coleção envasada, taxonômica
- Cactaceae – coleção envasada, taxonômica
- Cactáceas do RS – coleção do arboreto, taxonômica
- Fabaceae – coleção do arboreto, taxonômica
- Floresta Ombrófila Mista I – coleção do arboreto, fitogeográfica
- Floresta Ombrófila Mista II – coleção do arboreto, fitogeográfica
- Floresta Estacional – coleção do arboreto, fitogeográfica
- Floresta Ombrófila Densa – coleção do arboreto, fitogeográfica
- Gimnospermas – coleção do arboreto, taxonômica
- Iridaceae – coleção envasada, taxonômica
- Myrtaceae – coleção do arboreto, taxonômica
- Orchidaceae – coleção envasada, taxonômica
- Piperaceae – coleção envasada, taxonômica
- Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares – coleção do arboreto, temática
- Plantas Perfumadas – coleção do arboreto, temática
- Plantas Raras, Endêmicas e Ameaçadas – coleção do arboreto, temática
- Plantas Trepadeiras – coleção do arboreto, temática
- Plantas Tropicais – coleção do arboreto, temática
- Pteridófitas – coleção envasada, taxonômica
- Rutaceae, Myrsinaceae e Annonaceae – coleção do arboreto, taxonômica
- Savana Temperada – coleção do arboreto, fitogeográfica
- Suculentas – coleção envasada, temática
- Zingiberales – coleção do arboreto, taxonômica