Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria do

Meio Ambiente e Infraestrutura

Início do conteúdo

Sema mantém fiscalização, preservação ambiental e pesquisas científicas nos parques estaduais durante isolamento social

Publicação:

Movimento nas Unidades de Conservação segue monitorado pela equipe responsável
Movimento nas Unidades de Conservação segue monitorado pela equipe responsável - Foto: Paola Stumpf

Lembra daquele destino que você visita com a escola ou a passeio nos fins de semana? Lugares como o Jardim Botânico, o Museu de Ciências Naturais, o Parque Zoológico ou as Unidades Estaduais de Conservação. Esses espaços, administrados pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), reúnem estudantes, pesquisadores, famílias e rendem boas memórias.

Porém, se adequando às medidas de prevenção à Covid-19, os parques estão fechados por determinação estadual pelo menos até o dia 30 de abril. Mas, embora os portões não estejam abertos ao público e as rodas de chimarrão tenham dado uma pausa, profissionais da Sema seguem atuando diariamente na manutenção, cuidado, fiscalização e preservação desses ambientes. Seja em regime de home office ou presencial, o objetivo é manter a estrutura e os ecossistemas para recepcionar os visitantes quando o período de isolamento acabar.

Cuidados diários no Parque Zoológico

É assim com a equipe do Parque Zoológico, localizado em Sapucaia do Sul, na região metropolitana. Dos cerca de 80 funcionários, a equipe que faz parte do grupo de risco - pessoas acima de 60 anos - representa 25% dos trabalhadores e, portanto, está em teletrabalho.

A vigilância, que atua 24 horas por dia, segue com o seu efetivo e escala de horários, monitorando qualquer movimentação. Já os demais servidores, estão em regime de revezamento.

Animais seguem sendo tratados e bem cuidados pelos profissionais que se revezam
Animais seguem sendo tratados e bem cuidados pelos profissionais que se revezam - Foto: Divulgação Parque Zoológico

As reuniões que aconteciam toda semana entre os profissionais foram substituídas por contatos virtuais, estabelecidos com mais frequência. A gestora do parque, Caroline Weissheimer Costa Gomes, explica que “biólogos, veterinários, tratadores de animais, assim como aqueles que atuam na manutenção e limpeza, continuam de forma presencial, obedecendo a uma escala de revezamento. Nossos animais não podem ficar desassistidos em nenhum momento e necessitam de atendimento diário”.

O Zoo implementou cuidados extras. Tratadores utilizam luvas e máscaras, reduzindo o contato direto com os animais e estabelecendo higienização mais intensa aos recintos e utensílios.

Pesquisa e preservação no Jardim Botânico e no Museu de Ciências Naturais

Em Porto Alegre, a rotina do Jardim Botânico (JB) e do Museu de Ciências Naturais (MCN) também foi adaptada. Pessoas com mais de 60 anos trabalham de casa e o restante faz revezamento. Ao todo 58 profissionais atuam na Divisão de Pesquisa e Manutenção de Coleções Científicas (DPMCC). Os encontros, agora por vídeo chamada, mantêm o encaminhamento dos projetos e das pesquisas, numa rotina diária de contribuição para a ciência e a sociedade.

Profissionais trabalham por escala no Jardim Botânico
Profissionais trabalham por escala no Jardim Botânico - Foto: Sérgio Bavaresco

O museu está localizado dentro da área do Jardim Botânico e suas coleções científicas necessitam de atenção todos os dias. O chefe da Divisão, Daniel Brambilla, comenta que são muitos detalhes a serem preservados, além da segurança do local.

“Os técnicos e biólogos mantêm a condição das coleções. Entre suas atividades estão o controle da quantidade de álcool necessária para manter as peças conservadas dentro dos vidros, observar a temperatura e a umidade das salas e a irrigação ou desenvolvimento de doenças nas coleções vivas de plantas”, explica.

Daniel reforça a importância de poder contar com uma equipe que faz a diferença em um período tão delicado. “Enquanto alternativas são encontradas para que possamos retomar a rotina normal, nossa equipe segue preservando o essencial e atendendo as demandas que surgem para proteger a riqueza histórica que temos em 36 hectares de natureza e na curadoria das coleções científicas que pertencem a todos os gaúchos”, reforça.

Fiscalização intensa nas Unidades de Conservação

Nas 23 Unidades de Conservação (UCs) administradas pela Sema, esse período de isolamento social tem feito os guarda-parques atuarem de forma mais intensa devido a um problema que não é comum na rotina dos profissionais: o descumprimento de regras pela população.

Fiscalização segue como prioridade para os guarda-parques nas UCs
Fiscalização segue como prioridade para os guarda-parques nas UCs - Foto: Divulgação Unidade de Conservação

Mesmo diante da situação de calamidade púbica decretada pelo governo do Estado, muitas pessoas vêm utilizando as UCs para pescar ou caçar de forma irregular. Os guarda-parques também flagraram acampamentos em áreas de preservação ou pessoas passeando durante o período de isolamento.

Essas infrações preocupam os 114 servidores que atuam nas unidades e readaptaram suas rotinas entre home office e revezamento, seguindo a regra de manter serviços essenciais funcionando, como a proteção ao meio ambiente.

 “Entendemos que devemos cumprir com o nosso papel de mantenedores, de fiscalizar e gerir as áreas protegidas. No entanto, pedimos que a população também colabore neste sentido. Nós seguimos trabalhando para proteger e preservar aqueles que devem ficar em casa. Quarentena não é férias. Seguimos monitorando todas as atividades das áreas, que poderão ser visitadas após a normalização da rotina”, destaca o chefe da Divisão e Unidades de Conservação, Luciano Weber Kops.

Para o guarda-parque Cassiano Oliveira, “é um risco para as espécies da fauna e da flora e elas são fundamentais para a manutenção da biodiversidade nesses locais”, ressalta. Cassiano, que atua no Parque Estadual do Tainhas, na serra, critica que nesse período a população busque refúgio na natureza. “Lugares como o Parque são protegidos por lei, exatamente por serem frágeis e por necessitarem de máxima atenção. Seguiremos vigilantes e atuantes, mas pedimos que toda a comunidade se proteja e fique em casa”, finaliza.

Texto: Bárbara Corrêa e Laura Maria
Edição: Vanessa Trindade

Sema - Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura