O governo do Estado, por meio da secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), deu um passo importante na sua jornada rumo à transição energética com a assinatura de um Memorando de Entendimento (MdE) com a Begreen Bioenergia e Fertilizantes Sustentáveis. O acordo, divulgado no Diário Oficial do Estado (DOE-RS), na última quarta-feira (11/9), marca o início de uma parceria estratégica para a construção de três fábricas para a produção de hidrogênio verde (H2V) e de amônia (NH3). O projeto poderá aumentar a autonomia do estado na produção de fertilizantes, reduzindo a importação de insumos agrícolas. 

O projeto integra uma estratégia mais ampla dos Projetos Estruturantes do Plano Rio Grande. Essa iniciativa visa desenvolver a cadeia produtiva de hidrogênio verde (H2V), impulsionando a inovação, promovendo a economia de baixo carbono e atraindo investimentos, disse a titular da Sema, Marjorie Kauffmann. 

O investimento total previsto para as fábricas é de aproximadamente R$150 milhões, e a capacidade de produção será de 8 mil toneladas anuais de amônia. As fábricas serão instaladas em Passo Fundo, Tio Hugo e Condor, com as duas primeiras em fase de licenciamento ambiental e a terceira em regularização imobiliária.  

Com a expectativa de gerar aproximadamente 120 empregos diretos durante a construção das fábricas e cerca de 30 empregos permanentes para manutenção, as primeiras fábricas começarão a operar até 2027.   

O diretor de operações da Begreen, Luiz Paulo Hauth, destacou que os projetos estão alinhados com a rápida expansão global do hidrogênio de baixo carbono. Menciona os dados da Agência Internacional de Energia (IEA), que prevê que a capacidade de hidrogênio verde alcançará 420 GW até 2030, representando um aumento significativo em relação aos atuais 2 GW. 

De acordo com diretor do Departamento de Energia da Sema, Rodrigo Huguenin, as novas instalações da Begreen reforçam os objetivos estratégicos do estado que é signatário de compromissos globais para uma transição energética de descarbonização, conforme estabelecido pelo Programa Estadual de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do H2V. 

A amônia verde 

O fertilizante nitrogenado, derivado de hidrogênio e nitrogênio de fontes renováveis, representa uma alternativa sustentável à amônia tradicional. No Brasil, onde mais de 80% dos fertilizantes são importados, a produção local com energia renovável pode reduzir essa dependência e ajudar a diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). 

O uso desse fertilizante nas lavouras do Rio Grande do Sul pode beneficiar culturas como soja, milho e trigo. Ao evitar combustíveis fósseis e a emissão de poluentes, a amônia verde favorece um crescimento mais saudável das plantas e melhora a qualidade do solo. Essa abordagem pode reduzir custos a longo prazo e resultar em safras mais produtivas, contribuindo para uma agricultura mais sustentável. 

Empresas parceiras do Programa H2V-RS: