Descarbonização é pauta de reunião promovida pela Sema com representantes de cadeias produtivas
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A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) realizou na Expointer, nesta quarta-feira (28/8), uma reunião com os representantes de quatro cadeias produtivas do Estado do Rio Grande do Sul: pecuária, soja, arroz e silvicultura. O objetivo foi apresentar ao grupo a metodologia proposta para os trabalhos que visam a mensuração das emissões para se chegar à descarbonização do setor. A iniciativa faz parte da agenda ProClima 2050.
O evento marcou o início de um processo técnico e participativo, visando à elaboração de roteiros específicos para cada cadeia produtiva. Esses roteiros servirão como guias práticos e personalizados para que cada setor consiga reduzir suas emissões de maneira eficiente e mensurável, garantindo que as metas estabelecidas pelo estado sejam atingidas.
“A Sema, dentro do seu plano de mitigação, redução, adaptação e resiliência, enxerga a descarbonização das cadeias produtivas como um ponto nevrálgico e fundamental para o atingimento das metas de neutralidade de carbono. Nesse sentido, temos trabalhado para termos um balanço das emissões, por meio da pesquisa, mas queremos dar um passo a mais, com o desenho dessas cadeias”, pontuou a secretária Marjorie Kauffmann, que conduziu a reunião.
Marjorie acrescentou que, a partir dessa reunião inicial, Grupos de Trabalho (GTs) técnicos serão formados. Os integrantes serão responsáveis por coletar dados, identificar as ações existentes, as possíveis e os desafios.
A apresentação da governança e da metodologia ficou por conta de Rodrigo Corradi, secretário executivo do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade - na América do Sul, instituição que conduzirá os trabalhos. Corradi explicou que a iniciativa é mais uma etapa do Plano de Conformidade Climática do Rio Grande do Sul, com foco na neutralidade de emissões de Gases de Efeito Estufa até 2050.
“Pela primeira vez no Brasil um estado faz a conformidade climática com a descarbonização das cadeias produtivas. Essa reunião é o início de um diálogo para chegarmos a um produto que possa realmente demonstrar o diferencial do Rio Grande do Sul, para que, a partir dos dados, seja possível trabalhar de maneira mais assertiva”, afirmou Corradi. A apresentação também contou com a colaboração de Gil Scatena, gerente técnico do ICLEI Brasil.
Após a seleção das cadeias produtivas estratégicas iniciais – pecuária (gado de corte e de leite), arroz, silvicultura, soja e petroquímica-, os próximos passos serão a análise detalhada da contribuição de emissões associadas a essas cadeias produtivas, coletando dados e estimando as emissões, e o desenvolvimento de ações específicas para a mitigação e adaptação.
“O debate e a troca de experiências entre os atores envolvidos impulsionam a inovação tecnológica, a valorização de práticas produtivas sustentáveis e o fortalecimento da economia verde no Rio Grande do Sul, consolidando o estado como um modelo de desenvolvimento econômico alinhado com as melhores práticas de governança climática”, finalizou Daniela Lara, coordenadora da Assessoria do Clima da Sema.
Texto: Vanessa Trindade