Na manhã desta quinta-feira (26/11), o Departamento de Biodiversidade (Dbio) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) apresentou o WebinarGeração de Renda e o Uso Sustentável da Flora Nativa. Com transmissão pelo Youtube, o evento contou com convidados dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O bate-papo iniciou com a analista ambiental da Sema, Joana Bassi, que trouxe as ações desenvolvidas pela secretaria para atingir as metas globais na redução da perda da biodiversidade em âmbito local. Uma das propostas do Rio Grande do Sul é a certificação que visa legalizar o manejo agroecológico e o uso sustentável de espécies nativas, passíveis de licenciamento.

Um dos exemplos apresentados pela analista são as Agroflorestas e o Extrativismo Sustentável, destinado a agricultores familiares, indígenas e comunidades tradicionais. “No Estado já contamos com 180 áreas certificadas que somam 230 espécies lenhosas em uso e 135 espécies nativas. A iniciativa é uma oportunidade para restaurar áreas degradadas”, mencionou Joana.

O diretor do Departamento de Biodiversidade e mediador da conversa, Diego Pereira, destacou que a Sema mantémainda outras iniciativas com o mesmo objetivo de manejo sustentável e conservação de recursos naturais.

“O viveirismo artesanal, as florestas plantadas com espécies nativas e até mesmo a certificação de áreas conservadas com campo nativo através do manejo sustentável da pecuária extensiva são bons exemplos de como estamos atuando em diferentes frentes para garantirmos a preservação da biodiversidade do Estado e garantirmos a permanência fundamental das comunidades locais e de suas atividades”, comentou Diego.

A analista ambiental do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), Cíntia Ulle Gómez, trouxe para o evento o cenário de Santa Catarina. Segundo ela, grupos de trabalho integrando estado e sociedade civil têm se dedicado a construir políticas públicas e programas capazes de valorizar o papel dos agricultores e dascomunidades locais.

“Em SC, 33% das pastagens estão nas mãos de agricultores. Precisamos pensar em como eles tomam suas decisões para o cuidado com a terra e o quanto preservam os sistemas tradicionais. É nisto que consiste a potência da agricultura familiar no conhecimento específico sobre suas áreas naturais, preservando a particularidade de seus conhecimentos”, ressaltou Cíntia. 

Por fim, o representante do Centro de Tecnologias Alternativas e Populares e Cadeia Solidária das Frutas Nativas, Alvir Longui, lembrou que, em 20 meses, 100hectares de áreas já foram certificadas no RS, resultado de um trabalho conjunto com a Sema.

“O trabalho está associado a construir cadeias produtivas, proporcionando aos agricultores um caminho para manejarem seus sistemas tradicionais, mantendo seu papel fundamental na geração de renda e de alimentos. É preciso discutir as estruturas e seus atores sempre”, finalizou Alvir. 

Depois dos painéis, os participantes responderam aperguntas dos espectadores. O webinar está disponível no canal da Sema no Youtube e pode ser conferido aqui. Para saber mais informações sobre a certificação para uso sustentável da flora nativa através dos sistemas agroflorestais, acesse o site. 

Texto: Bárbara Corrêa

Edição: Vanessa Trindade