O Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema) realiza nestas quinta e sexta-feira (20 e 21) nos municípios de Santa Rosa e Campo Novo, a quarta edição do curso de inspeção de barragens de terra. O curso visa a capacitação de técnicos para realizar a avaliação da conservação das barragens, que é um dos parâmetros de classificação de risco.

O diretor do DRH Fernando Meirelles explica que a capacitação é uma exigência da Política Nacional de Segurança de Barragens (Lei Federal 12.334/2010), cuja implementação está tendo forte demanda desde o acidente ocorrido em Mariana.
No Rio Grande do Sul, o DRH já realizou a classificação preliminar das barragens e açudes outorgados nas bacias hidrográficas dos rios Ibicuí, Negro, Santa Maria e Camaquã e da Lagoa Mirim. Até o final do ano, devem estar pré-classificadas todas as barragens e açudes outorgados no Estado.
O passo seguinte será a incorporação da avaliação do Estado de conservação das barragens para concluir a classificação de risco e a definição das ações que os empreendedores devem realizar para evitar acidentes.
O curso é uma iniciativa conjunta da Sema com os comitês Piratinim, Turvo-Santa Rosa-Santo Cristo e Ijuí, sendo que a primeira etapa da capacitação será realizada no dia 20, no campus da Unijuí em Santa Rosa e a segunda, com atividade de campo na sexta-feira (21) no município de Campo Novo. O treinamento é gratuito, sendo solicitada a doação de um quilo de alimento não perecível.

As outras edições realizadas capacitaram mais de 200 técnicos e ocorreram em parceria com os comitês Santa Maria, Butui-Icamaquã e Mirim-São Gonçalo.

Prevenção
A coordenadora do Balcão Ambiental Unificado Sema/Fepam de Santa Rosa, Elenir Dahmer Linauer explica que a realização do curso na região foi motivada pelo recente rompimento de uma barragem de 3,5 hectares de lâmina d'água na localidade de Linha Biriva, no município de Bom Progresso que provocou significativos danos ambientais ao longo de quatro quilômetros. Na ocasião houve mortandade de peixes e a destruição da vegetação na faixa de Área de Preservação Permanente do curso hídrico.

“Este acontecimento nos remete a ações preventivas em relação a segurança de outras barragens e açudes existentes na região”, acrescentou a coordenadora.